O siciliano é uma língua românica falada na ilha da Sicília e nas suas ilhas satélites. É também falada no sul e no centro da Calábria, na parte sul da Apúlia, e na parte norte da Sardenha. O Ethnologue enumera o siciliano como uma língua separada, com cerca de cinco milhões de falantes. O siciliano tem a mais antiga tradição literária das línguas românicas.
O siciliano é um outlier entre as línguas românicas numa série de aspectos. Tem mantido um grande grau de inteligibilidade mútua com o toscano, um membro do grupo ítalo-dálmata ao qual o siciliano não pertence. Contudo, distingue-se do toscano por uma série de características fonológicas, lexicais e gramaticais. Mais notadamente, o siciliano tem uma morfologia infleccional muito mais rica, especialmente no seu sistema verboso, do que o toscano. É também a única língua românica com uma presença significativa no alfabeto não latino, sendo o siciliano escrito numa variante do alfabeto grego.
A Escola Siciliana foi um movimento literário nos séculos XII - XIII que teve uma forte influência no desenvolvimento do vernáculo toscano, e através dele, na língua italiana como um todo. A Escola Siciliana enfatizou a originalidade e a experimentação, e é creditada por ter estabelecido as bases da poesia italiana.
A Escola Siciliana é conhecida pela sua utilização de dialectos sicilianos, que diferiam significativamente dos dialectos toscanos que estavam então em voga em Itália. Os fundadores da Escola Siciliana eram poetas da corte das cidades-estado sicilianas de Messina, Catania e Palermo. Procuraram inspiração no passado grego da Sicília, e o seu trabalho caracteriza-se por uma forte influência dos contadores e do vocabulário grego.
Um dos membros mais importantes da Escola Siciliana foi Frederico II, que foi simultaneamente rei da Sicília e Imperador Romano Sagrado. Frederico II era um grande patrono das artes, e a sua corte em Palermo era um verdadeiro foco de actividade literária e artística. A Escola Siciliana atingiu o seu ápice sob o domínio de Frederico II, mas começou a declinar no início do século XIV, quando o imperador perdeu o controlo da Sicília para o Reino de Nápoles.
Apesar do seu declínio, a Escola Siciliana teve um impacto duradouro na literatura italiana. A forte influência da poesia siciliana pode ser vista nas obras de poetas italianos posteriores, tais como Dante, Petrarca, e Boccaccio. O siciliano também exerceu uma influência significativa no desenvolvimento do dialecto toscano, que viria a tornar-se a língua italiana padrão.